Tendinite Patelar: Um Guia Completo para Atletas e Pacientes
A tendinite patelar, comumente conhecida como "joelho do saltador", é uma condição inflamatória que acomete o tendão que liga a patela (rótula) à tíbia. Essa inflamação é causada por sobrecarga repetitiva, sendo comum em atletas que praticam esportes que exigem saltos, como basquete, vôlei e tênis.
A tendinite patelar ocorre quando o tendão patelar sofre microlesões repetidas, desencadeando um processo inflamatório. Essa inflamação causa dor, inchaço e limitação de movimento, comprometendo o desempenho esportivo e a qualidade de vida do paciente.
O diagnóstico da tendinite patelar é feito através da história clínica, exame físico e exames complementares.
Ressonância magnética: É o exame de imagem mais preciso para avaliar a extensão da lesão no tendão patelar e descartar outras patologias.
Ultrassonografia: É um exame complementar que pode auxiliar na avaliação da espessura do tendão e na identificação de calcificações.
Radiografia: Embora não seja o exame mais específico, a radiografia pode identificar alterações ósseas associadas à tendinite patelar, como a doença de Osgood-Schlatter.
Diagnóstico diferencial: É importante diferenciar a tendinite patelar de outras patologias do joelho, como a síndrome da banda iliotibial, a condromalácia patelar e as lesões meniscais.
O tratamento conservador da tendinite patelar visa reduzir a dor, a inflamação e restaurar a função do tendão. As principais opções de tratamento incluem:
Repouso: Reduzir ou interromper as atividades que causam dor.
Gelo: Aplicar compressas de gelo na região dolorida para reduzir a inflamação.
Medicamentos: Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) podem aliviar a dor e reduzir a inflamação.
Fisioterapia: Exercícios de fortalecimento muscular, alongamento e propriocepção são essenciais para restaurar a função do joelho.
Terapias manuais: Técnicas como a mobilização articular e a massoterapia podem auxiliar no tratamento.
A cirurgia é indicada em casos refratários ao tratamento conservador, com dor intensa e incapacitante, ou em casos de ruptura parcial ou total do tendão. Os principais procedimentos cirúrgicos incluem:
Tenoplastia: Remoção do tecido inflamado e desgastado do tendão.
Transferência do tendão do músculo grácil: Utilizado em casos de rupturas extensas do tendão patelar.
Os riscos da cirurgia incluem infecção, trombose, formação de aderências e resultados estéticos insatisfatórios. O tempo médio de recuperação após a cirurgia varia de acordo com o tipo de procedimento e a complexidade da lesão, podendo levar de 6 a 12 meses para o retorno completo às atividades esportivas.
A prevenção da tendinite patelar envolve a identificação e o tratamento precoce dos fatores de risco, além da adoção de medidas como:
Aquecimento adequado antes das atividades físicas: Preparar os músculos e articulações para o exercício.
Fortalecimento muscular: Realizar exercícios específicos para fortalecer os músculos da coxa e do quadril.
Alongamento: Promover a flexibilidade muscular e articular.
Calçado adequado: Utilizar calçados com bom amortecimento e suporte.
Aumento gradual da carga de treinamento: Evitar sobrecarregar o joelho.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da tendinite patelar incluem:
Sobrecarga funcional: Atividades que envolvem saltos, corridas e mudanças de direção abruptas.
Desequilíbrios musculares: Fraqueza dos quadríceps e encurtamento do tendão patelar.
Alterações biomecânicas: Desalinhamento patelar, hiperpronação do pé e alterações no ângulo Q.
Idade: A tendinite patelar é mais comum em adolescentes e jovens adultos.
Sexo: A condição é mais comum em mulheres.
O tratamento da tendinite patelar pode variar entre atletas profissionais e amadores, dependendo da intensidade da atividade física e da necessidade de retorno rápido às competições.
O uso de palmilhas e órteses pode ser indicado em casos de desalinhamento biomecânico, como a pronação excessiva do pé, para reduzir a carga sobre o tendão patelar e melhorar a distribuição das forças.
A tendinite patelar é uma condição comum que pode afetar a qualidade de vida e o desempenho esportivo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações e garantir o retorno seguro às atividades. A combinação de medidas conservadoras e, em alguns casos, a cirurgia, podem levar à cura completa da lesão.